A DITADURA DA BELEZA

             Hoje, existe uma tendência à magreza extrema e à beleza imposta. Ganhar alguns quilinhos na balança é pior do que ser reprovado em um exame. Para a mulher, principalmente, a beleza padrão virou uma espécie de ditadura.

            Hoje, a infância ficou mais curta. Meninas com apenas 10 anos já são mocinhas e querem ficar perfeitas e desejáveis. Hoje, meninas de 12 anos já namoram. Não todas, mas existe uma tendência a deixar as bonecas de lado e focar a atenção no sexto oposto. Ou não.

            Assim, as normas de beleza se aplicam cada vez mais cedo, principalmente às mulheres. Os homens ainda conseguem um desconto por uma boa “lábia”, pela simpatia e empatia, pelo conhecimento do universo feminino. Ou não.

            De qualquer forma, quem mais sofre com a ditadura da beleza são as mulheres. E agora, as jovens meninas que saem cedo da infância e adentram a adolescência com maior rapidez.

            Homens também sofrem com o estereótipo do belo, mas não tanto quanto as mulheres. Ainda é pior para o sexo feminino viver fora dos padrões sociais.

            Em uma cultura em que as refeições preferidas são compostas por cachorros-quentes, hambúrgueres e refrigerantes, a necessidade de ser magra, apesar de tudo, é imensa. É controverso e perigoso.

            Meninas entre 10 e 17 anos estão cada vez mais à mercê da anorexia e bulimia. Gostam de sair em turma e comer em lanchonetes nada saudáveis. Vivem rodeadas de refrigerantes, pipocas e batatas-fritas. Afinal, essa é a refeição da moda. Por outro lado, precisam ser magérrimas, ter um corpo perfeito (sim, com 10 anos de idade), apresentar-se conforme os padrões exigidos da sociedade. Como fazer? Fingindo ingerir alimentos, mas na verdade, cuspindo todo o conteúdo em um guardanapo, ou pedindo desculpas e indo ao banheiro vomitar o conteúdo do pecado.

            Não vamos nos enganar. Anorexia e bulimia não são transtornos provenientes unicamente de um padrão de beleza estipulado pela sociedade. É preciso ter outros gatilhos para estes transtornos aparecerem. No entanto, a pré-adolescência é um período muito complicado, onde hormônios estão em ação e a aceitação social é de extrema importância para a pessoa.

            Dessa forma, surge uma questão primordial: é realmente necessária essa magreza obsessiva? Precisamos realmente ter o corpo de modelo, os cabelos de uma atriz de sucesso, as curvas de uma miss? É isso realmente que importa?

            Não, obviamente que não. A beleza é fugaz. A beleza é efêmera e quando ela acaba, se a pessoa não tiver nenhum outro atributo em que se segurar, seus companheiros serão a depressão e o fracasso.

            Será que os pais ensinam isso aos seus filhos? Será que estimulam suas crianças a serem simpáticas, esforçadas, carinhosas e educadas?

            Será que ensinam aos filhos que o mais importante é ser amado pelo que se é e não pelo que se aparenta ser? Que cada um é único e cada um tem um dom, um talento?      Sei que é piegas falar da beleza interna e de sua importância. No entanto, é melhor ser piegas do que ser fútil, superficial.

            Ninguém te rouba a inteligência, o talento, a simpatia, a alegria, o amor. Mas a beleza, essa é roubada dia após dia pelo impiedoso tempo. E não se deixem enganar. Uma mulher bonita aos 50 anos pode ser realmente muito bonita, mas ela nunca será tão bonita quanto uma mulher de 20 com todo o frescor da juventude.

            Isso não significa se deixar largar de vez. É importante cuidar do corpo. É saudável ter uma aparência agradável. Não é necessário se descuidar completamente e se entregar ao desleixo. É gostoso cuidar da pele, do cabelo, das unhas. É gostoso (e essencial) se exercitar e se manter ativo. Mas cuidado, o equilíbrio é a chave de uma vida feliz.

            Se sofremos tanto na adolescência para sermos incluídos na sociedade por ter um corpo magro e perfeito, o que esperar do pré-adolescente, da criança que está perdendo sua infância preocupada em se moldar aos padrões?

            Cada um é lindo ao seu jeito. Magros, gordos, altos, baixos, todos têm seu charme e seu valor. O mais importante é se aceitar, é se gostar, é apostar em si mesmo em qualquer situação.

            Crianças não deveriam estar preocupadas com isso em tão tenra idade. Mas já que estão, como família, devemos dar-lhes todo o apoio para evitar que se tornem anoréxicas, bulímicas (e acreditem, o número está assombroso), fanáticas por exercícios, fúteis e superficiais.

            Todos somos lindos, independente de nossas aparências externas. E afinal, há um ditado popular tão antigo quanto verdadeiro. Há gosto para tudo. Acreditem.

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